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@hvitorino
Created March 17, 2013 12:39
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O Yahoo convocou todos os seus trabalhadores remotos. Em junho, estarão todos sentados em suas mesas no Vale do Silício ou estarão procurando outro emprego.

Eu estaria procurando outro emprego. Não por precisar ir ao escritório todos os dias, mas por estarem tentando resolver o problema errado. É como se acreditassem que forçando as pessoas a cumprir uma agenda, trabalhando num ambiente onde poderão ser controladas, tudo se resolverá naturalmente.

Onde trabalho, as pessoas fazem suas próprias agendas. Trabalhando em um escritório ou em casa. Sem horários pré-definidos, sem controles, sem micro-gerenciamento. Ainda assim, funciona. E funciona devido a dois valores culturais primários: respeito e cuidado.

##Respeitando o indivíduo. Cuidando do indivíduo.

Respeito não é limitado a tratar as pessoas polidamente. É respeitando a eles como indivíduos, é entendendo que cada pessoa é diferente, que trabalha de maneira diferente, possui desafios diferentes ou circunstâncias diferentes com as quais precisam lidar. Entretanto, é mais do que tomar conhecimento disso, é fazer algo a respeito. É importar-se o suficiente para querer ajudar.

Aplicar esses valores num ambiente de trabalho entre empregados/empregadores e membros de equipes é o que faz a diferença.

Um empregado que precisa de horário flexível pode encarar um empregador dando desculpas sobre os motivos pelos quais isso não funcionará ou alguém desejando ajudá-lo a encontrar uma solução. Ajudar essa pessoa mostra que o empregador importa-se o suficiente com ela como indivíduo. E se há respeito, esse comportamento torna-se recíproco.

Esses valores precisam ser aplicados em todos os aspectos: entre colegas, times, num trabalho individual, num trabalho coletivo, num projeto e, em uma escala maior, nos objetivos da empresa.

##A cultura da desconfiança

É a sensação de respeito e cuidado de lado a lado, e as coisas que fazemos que constrói uma relação de confiança.

Desconfiança, por outro lado, emerge tão logo você exige de alguém o cumprimento de horários. Quando você pede relatórios detalhados, você está mostrando não ter certeza de que as pessoas realmente trabalharam. Quando você micro-gerencia, você está mostrando às pessoas não somente que não confia nelas, mas também que não as respeita mais do que a uma insignificante engrenagem na maquinaria.

Isso cria tensão. Leva a partes desrespeitando-se entre si. E quando isso acontece, as pessoas passam a não mais importarem-se. Por último, por que importar-se com algo que não se respeita!? A eficiência cai. Empregados perdem, times perdem. A empresa perde. O indivíduo perde.

Torna-se outro trabalho das 9h às 17h por um crédito ao fim do mês.

##Privilégios não compram respeito

Um porta-voz do Yahoo escreve:

"[Marissa] Mayer está feliz por dar aos funcionários do Yahoo benefícios padrão do Vale do Silício como lanches livres e smartphones."

Donuts livres, fluxo constante de café e refrigerante são legais. Porém, se não há respeito, significam muito pouco. Privilégios por si só não preenchem indivíduos. Eles são a cereja do bolo. Mas é preciso haver um bolo.

Tirar a liberdade das pessoas e forçá-las a uma agenda de cumprimento de horários de 9h às 17h, in loco, e dizê-las que vai dar-lhes um smartphone, não irá resolver nada.

Importe-se com as pessoas. Respeite-as. Dê-lhes liberdade para trabalhar. Elas lhe darão o seu melhor.

[Original via @hhariri] http://hadihariri.com/2013/03/16/freedom-to-work/

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