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@peczenyj
Created May 8, 2014 22:05
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Open Source e Comunismo

Mauro Sant'Anna é tido e havido como um dos gurus das tecnologias de desenvolvimento da Microsoft. No site dele eu [ http://www.mas.com.br/Artigos/Principal.htm ] encontro a seguinte pérola:

Open Source e Comunismo - Janeiro/2002 
ATENÇÃO: Devido a enorme quantidade de ofensas e xingamentos recebidas pelo autor da matéria, tiramos esta página do ar. A ditadura e a patrulha ideológica venceram. Viva o Grande Camarada Stalin. Longa vida a Fidel.

Não se preocupe, ó grande combatente da liberdade, da torta de maçã e do EULA! Eu manterei vivas as suas palavras, para que nunca ninguém esqueça qual o brilhante intelecto que as criou!

Open Source e Comunismo 

O movimento de "Software Open Source" tem incríveis semelhanças com o comunismo, tanto na teoria como na prática. Isso mesmo, aquele comunismo dado por terminado quando da queda do muro de Berlin em 1989. 

Para começar, o Open Source e o comunismo compartilham o mesmo lema utópico: "de cada um de acordo com sua capacidade, a cada um de acordo com suas necessidades". Ou seja, os desenvolvedores vão criando os programas e quem precisar vai pegando. Pergunto se os programadores irão também comprar em "supermercados Open Source", morar em "apartamentos Open Source" e dirigir carros "Open Source". Em Cuba ainda é assim e acredito que poucos programadores gostariam de ir morar lá. Quero também saber o que acontecerá quando grandes empresas começarem a lucrar com o trabalho gratuito desses programadores voluntários. Você trabalharia de graça para o "Bem da Humanidade?" Talvez sim. E para o "Bem da IBM", uma das empresas que anunciou grande apoio ao Linux? 

Outra semelhança é que os entusiastas do Open Source defendem-no com um fervor messiânico. Eles acham estão "salvando o mundo" e quem for contra deve ser convertido ou destruído. Eles são extremamente barulhentos, engajados e contam com uma representação desproporcional nos meios de comunicação. Tal qual os comunistas. 

Tem mais: o pessoal do Open Source glorifica as atividades "de chão de fábrica", o desenvolvimento, em detrimento de atividades como projeto, financiamento, marketing e distribuição. Na criação de um grande projeto de software, a programação é menos de 50% do trabalho. Alguém tem que dizer quais características os produtos devem ter, coordenar o desenvolvimento, distribuir o produto final, dar suporte técnico etc. Tal como os comunistas que achavam que só os operários criavam riquezas e o pessoal de administração que cuidava de coisas como projeto, finanças, distribuição, marketing e vendas eram "burgueses parasitas", desnecessários. 

Como os comunistas, o pessoal de Open Source tem uma atração por infraestrutura, em detrimento de produtos para o consumo. Os soviéticos gostavam de construir siderúrgicas e hidrelétricas ao invés de televisões e geladeiras. Os projetos Open Source mais visíveis são de infra-estrutura como o sistema operacional Linux, seguido por servidores Web (Apache) e servidores de banco de dados (MySQL, Interbase). Já os aplicativos não são tão "charmosos" e como conseqüência o Linux tem pouca penetração perante os usuários finais. 

Um comunista sempre achava que os capitalistas estavam errados, mas também raramente concordava com a opinião de outro comunista. A crônica fragmentação das esquerdas também está presente no Open Source. Por exemplo, segundo o IDG existem literalmente centenas de distribuições do Linux, cada uma "melhor" que a outra, segundo os próprios criadores. As dificuldades que isso cria tanto para os desenvolvedores quanto para os usuários finais são enormes. Para que interface gráfica você vai desenvolver? KDE, Gnome ou alguma outra? Que distribuições o seu pessoal de suporte deve conhecer? Apenas no site da Netscape em 23 de abril de 2001 existiam cinco versões de Netscape Communicator para Linux e apenas uma para todos os Windows de 32 bits. 

E, finalmente, os defensores do Open Source têm uma semelhança mais sinistra com o comunismo. Assim como Lênin, eles consideram que a ditadura é necessária ao sucesso do Open Source. No Brasil existem correntes que defendem a obrigatoriedade do uso de software Open Source em órgãos governamentais, independente de seus méritos. Ora, se o Open Source é tão bom, por que ele necessita da repressão para ser bem sucedido? Será que nós realmente precisamos de uma "coletivização forçada" na informática? 

Eventuais comentários podem ser enviadas para abaixocomunismo@ig.com.br ou aos cuidados desta revista.

Não é comovente? Não dá vontade de se naturalizar americano, filiar-se ao Partido Republicano e à NRA e gastar US$ 5000 em licenças Microsoft?

P.S.: Um dos maiores defensores (e programadores) do Linux e do software aberto em geral, fundador do movimento Open Source, é o americano Eric S. Raymond. Se esse cara é comunista, eu sou a loira do Tchan!

fonte: http://norodogobots.blogspot.com.br/2003_10_01_archive.html

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