Skip to content

Instantly share code, notes, and snippets.

@rodrigocnascimento
Created August 11, 2017 11:19
Show Gist options
  • Star 0 You must be signed in to star a gist
  • Fork 0 You must be signed in to fork a gist
  • Save rodrigocnascimento/af2c7888634df69872bb8649509a03a6 to your computer and use it in GitHub Desktop.
Save rodrigocnascimento/af2c7888634df69872bb8649509a03a6 to your computer and use it in GitHub Desktop.
Dm
eu
Am
tão isósceles
E
você ângulo
hipóteses
Am
sobre o meu tesão
Dm
teses sínteses
Am
antíteses
F
vê bem onde pises
E
pode ser meu coração
F
eu
A
quando olho nos oooooolhos
Bm
sei quando uma pessoa
F#m
está por dentro
ou está por fora
(F#m)
Bm
quem está por fora
F#m
não segura
(F#m) G
um olhar que demora
(G) A
de dentro do meu centro
Bm
este poema me olha
Invernáculo
C D D# D C A# G
Esta língua não é minha,
G F#
qualquer um percebe.
F
Quem sabe maldigo mentiras,
E
vai ver que só minto verdades.
C D D# D C A# G
Assim me falo, eu, mínima,
G F# F
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
C D D# D C A# G
Esta não é minha língua.
F#
A língua que eu falo trava
F
uma canção longínqua,
E
a voz, além, nem palavra.
C D D# D C A# G
O dialeto que se usa
G F#
à margem esquerda da frase,
F
eis a fala que me lusa,
E
eu, meio, eu dentro, eu, quase.
O que quer dizer
A C7#
O que quer dizer diz.
F#m
Não fica fazendo
B7
o que, um dia, eu sempre fiz.
?
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
...
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.
Parada cardíaca
A B C
Essa minha secura
G
"essa" falta de sentimento
A B C
não tem ninguém que segure,
G
vem de dentro.
A B C
Vem da zona escura
G
donde vem o que sinto.
A B C
Sinto muito,
G
sentir é muito lento.
Razão de ser
A
Escrevo. E pronto.
D
Escrevo porque preciso,
A
preciso porque estou tonto.
D A
Ninguém tem nada com isso.
G
Escrevo porque amanhece,
E
E as estrelas lá no céu
E
Lembram letras no papel,
A D
Quando o poema me anoitece.
G
A aranha tece teias.
E
O peixe beija e morde o que vê.
A
Eu escrevo apenas.
G A
Tem que ter por quê?
Amar você é
coisa de minutos…
F E
Amar você é coisa de minutos
F E
A morte é menos que teu beijo
F E
Tão bom ser teu que sou
F E
Eu a teus pés derramado
F G
Pouco resta do que fui
F E
De ti depende ser bom ou ruim
(Com a corda E afinada em D)
D/A F/B
Serei o que achares conveniente
D/A F/B
Serei para ti mais que um cão
D/A F/B
Uma sombra que te aquece
D/A
Um deus que não esquece
F/B
Um servo que não diz não
D/A F/B
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui
Adminimistério (Samba)
Quando o mistério chegar,
já vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sábado,
outra metade, domingo.
Não haja som nem silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa sem senso,
não cesso de observar.
Mistério, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério voltar,
meu sono esteja tão solto,
#nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.
Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?
“words set to music” (Dante via Pound),
“uma viagem ao desconhecido” (Maiakóvski),
“cernes e medulas” (Ezra Pound),
“a fala do infalável” (Goethe),
“linguagem voltada para a sua própria materialidade” (Jakobson),
“permanente hesitação entre som e sentido” (Paul Valery),
“fundação do ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade” (Novalis),
“as melhores palavras na melhor ordem” (Coleridge),
“emoção relembrada na tranquilidade”
(Wordsworth), “ciência e paixão”
(Alfred de Vigny), “se faz com
palavras, não com ideias” (Mallarmé),
“música que se faz com ideias”
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), “um
fingimento deveras” (Fernando
Pessoa), “criticismo of life” (Mathew
Arnold), “palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza
selvagem” (Octavio Paz), “poetry is to
inspire” (Bob Dylan), “design de
linguagem” (Décio Pignatari), “lo
impossible hecho possible” (Garcia
Lorca), “aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), “a liberdade
da minha linguagem” (Paulo Leminski)…
Sign up for free to join this conversation on GitHub. Already have an account? Sign in to comment